Wall Street fecha com triplo recorde e tem em outubro o melhor mês do ano

A bolsa de Nova Iorque evoluiu ao longo do dia entre altos e baixos, com os investidores perturbados com resultados dececionantes de importantes nomes do setor tecnológico.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 0,25%, para 35.819,56 pontos, o tecnológico Nasdaq ganhou 0,33%, para as 15,498,39 unidades, e o alargado S&P500 progrediu 0,19%, para as 4.605,38 -- todos em níveis recorde.

"O mercado foi hoje em todas as direções", sintetizou Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities. "Abriu em baixa, dececionado com (os resultados de) Amazon e Apple", que estão entre as maiores capitalizações bolsistas.

No seu pior momento do dia, a ação Amazon perdia mais de 3,50% e a da Apple cerca de quatro por cento, antes de recuperarem e reduzirem as desvalorizações para 1,82%, no caso do fabricante dos iPhones, e 2,15%, para o grupo de Jeff Bezos.

Os dois conglomerados, que se confrontam com os problemas das cadeias de aprovisionamento, apresentaram na véspera resultados trimestrais que dececionaram os investidores.

Enquanto os problemas das cadeias logísticas, nas compras e nas vendas, condicionam as empresas e fazem subir os preços, como têm indicado grupos como a Colgate-Palmolive, os investidores também estão atentos à inflação.

"Tivemos numerosos indicadores. As despesas dos consumidores mantiveram-se, os seus rendimentos recuaram mas, sobretudo, o indicador de inflação PCE acelerou e, contudo, os investidores não pareceram importar-se", realçou Cardillo.

O índice PCE, barómetro da variação dos preços para o banco central norte-americano, que se tinha estabilizado em agosto, em termos homólogos, voltou a acelerar em setembro, para 4,4%, o seu valor mais elevado desde 1991.

A esta informação, é necessário acrescentar o índice do custo do emprego no terceiro trimestre, que aumentou 1,3%. Em termos anuais, isto traduz-se em uma subida de salários, remunerações e vantagens sociais, de 3,7%, a mais forte progressão anual desde 2004.

Os dados sobre a inflação provocaram a valorização do dólar face ao euro, quando já aparece no radar a reunião da Reserva Federal (Fed) na próxima semana, da qual se espera que saia o anúncio da redução das injeções de liquidez, através do programa de compra de ativos.

A sessão bolsista fica também marcada pela passagem da Microsoft para o primeiro lugar das capitalizações bolsistas em Wall Street, de onde destronou a Apple. No fim do dia, o conglomerado dos programas informáticos valia 2,489 biliões (milhão de milhões) de dólares (2,15 biliões de euros), acima dos 2,457 biliões da marca da maçã.

Depois da sessão irregular, "o mercado ultrapassou a pressão inicial e acabou em alta ligeira, com o S&P500 a ter o seu melhor mês desde novembro de 2020", ou seja, o melhor mês deste ano, resumiram os analistas da Schwab.

O alargado S&P 500, mais representativo da praça bolsista, superou o limiar dos 4.600 pontos pela primeira vez.

Por junto, este mês foi o melhor mês de outubro desde 2015 para os índices de Wall Street, apontaram os analistas.

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