Rapper Amiltex libera “Favela Vai Vencer”, um grito de socorro e a esperança de dias melhores para a população negra periférica

Amiltex lança novo trabalho em parceria com o produtor Renan Samam.

Inspirado por uma realidade caótica e desoladora, o rapper trabalha atualmente no lançamento do seu primeiro CD solo intitulado “Terceiro Mundo” com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2021, e para abrir os trabalhos, o artista apresenta seu novo single junto com um videoclipe: a faixa “Favela Vai Vencer” cuja letra exprime, não apenas as mazelas externas vivenciadas pelo próprio em seu universo particular na favela, mas também os conflitos e aflições internas, enfrentados por aqueles que se veem ás margens da sociedade (literalmente), tendo que se virar para sobreviver sem o mínimo de estrutura material e emocional.polícia militar, dão força pro discurso e motivos para exigir uma mudança nesse cenário que parece não ter fim.

Amilton Campos, mais conhecido como Amiltex, 33 anos, é morador da Favela da Água Vermelha (Zona Leste de SP) e artista independente há 10 anos, atuando como MC. Foi fundador do coletivo “Hó Mon Tchain” e como integrante do grupo lançou 2 álbuns: “Ascensão” (2012) e “Assim Que Nóis Trabalha” (2015).

Em uma entrevista com o RapMais, o artista falou sobre o processo e suas inspirações para criação da música: “A inspiração pra fazer essa música já estava na minha mente há um tempo. Todos que moram
e vivem na Favela, seja de qualquer lado de São Paulo, sabe como é a abordagem policial, sabe como somos afrontados e humilhados por eles. Se você é negro, favelado, fodeu. O preconceito é dobrado. Já levei muita geral de polícia e em quase todas eu sofri violência física ou verbal deles, debocharam da minha cara, já me humilharam na frente de uma ex-namorada pela minha cor, várias fita de mil grau, vários livramentos. Fora esse sentimento, tem também os nossos irmãos que morreram na mão deles, tanto aqui no Brasil como nos Estados Unidos e em vários outros países, e quem já foi oprimido e agredido sente e lamenta a morte de um favelado ou de um negro na mão da polícia, fora a sociedade que nos julga dizendo que nós estamos nos vitimizando. Pessoas que te julga, mas não te dá espaço pra evoluir, pra ser melhor, te aponta, mas não ajuda, te encara, mas não dá bom dia. O negro não pode ter poder, tem só que obedecer. Mas precisamos ter fé e esperança em Deus de que as portas vão se abrir e tudo isso vai acabar e as coisas vão melhorar. Tento passar tudo isso na minha letra, soltar toda essa revolta e raiva e, ao mesmo tempo, levar pra favela uma mensagem de que não podemos parar nem recuar, pois a Favela vai vencer.”

Confira abaixo:

 

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