Governo chileno anuncia adiamento de eleições por cinco semanas

"Amanhã [esta segunda-feira] enviaremos ao Congresso um projeto de Reforma Constitucional para adiar, por cinco semanas, as eleições constituintes [para designar os membros da Assembleia que deverá redigir a futura Constituição do país], presidentes de câmaras municipais, senadores e governadores. Se este projeto for aprovado, as eleições previstas para os dias 10 e 11 de abril serão realizadas em 15 e 16 de maio", anunciou o Presidente Sebastián Piñera a partir do Palácio Moneda, sede do Governo chileno.

"A segunda volta da eleição de governadores, prevista para 09 de maio, será em 04 de julho", acrescentou.

O Presidente chileno explicou que há duas razões para o adiamento: proteger a saúde dos chilenos, num período em que se registam recordes diários de contágios por covid-19, e "a saúde da democracia", para que o processo eleitoral tenha participação e segurança.

"O Conselho de Especialistas, o Ministério da Saúde e a comunidade médica em geral expuseram com força e com clareza a necessidade de adiar as eleições. Além disso, a decisão considera a vontade da maioria dos cidadãos", explicou Sebastián Piñera.

Segundo a consultora Cadem, 73% dos chilenos concordam em adiar as eleições. A intenção de votar em 10 e 11 de abril é de 52%, menos 17 pontos do que o registado na consulta popular de outubro passado, quando os chilenos deram luz verde à reforma da Constituição de 1980, herdada do antigo ditador Augusto Pinochet.

Aos 14,7 milhões de eleitores foi pedido então que respondessem a duas perguntas: "Querem uma nova Constituição" e "Que órgão deve redigir a nova Constituição?", tendo a esmagadora maioria (79%) optado por uma Assembleia Constituinte composta apenas por cidadãos, contra 21% para uma assembleia composta por cidadãos e parlamentares.

A substituição da Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) foi uma das exigências das manifestações lançadas em 18 de outubro de 2019 para exigir uma sociedade mais justa.

A atual Constituição pune severamente a ação do Estado e promove a atividade privada em todos os setores, incluindo na educação, na saúde e nas pensões.

Sobre a "saúde da democracia", o Presidente chileno considerou que "a situação atual da pandemia e o risco de contágio inibem muitos de votar, diminuindo a participação e a legitimidade do processo eleitoral".

No Chile, o voto não é obrigatório. Para aumentar a participação e evitar aglomerações, o país já tinha decidido alargar para dois dias as eleições, originalmente previstas para 11 de abril (um domingo).

O Chile atravessa o pior momento da pandemia até aqui. Nas últimas 24 horas, foram diagnosticadas 7.326 novas infeções, elevando para 41.767 o total de casos ativos.

O sistema de saúde do país, com 19 milhões de habitantes, está à beira do colapso, com 95% das camas ocupadas nos cuidados intensivos.

Desde o início da pandemia, o Chile acumulou 977.243 contágios e 22.754 mortes provocadas pela doença. Só nas últimas 24 horas, morreram 101 pessoas.

Apesar dos recordes diários de contágios, o Chile é atualmente um dos países com campanhas de vacinação mais bem sucedidas.

O país já vacinou 6,3 milhões de pessoas, equivalentes a 33,4% da sua população, sendo o terceiro país que mais vacinou no mundo, atrás apenas de Israel e Emirados Árabes Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.777.761 mortos no mundo, resultantes de mais de 126,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.



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